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Sead participa de seminário sobre segurança alimentar e compras institucionais de alimentos no RJ

Sead participa de seminário sobre segurança alimentar e compras institucionais de alimentos no RJ

23/06/2017

No evento, a delegada da DFDA-RJ, Danielle Barros, falou sobre modelos de produção agroecológica e orgânica

A Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Rio de Janeiro (DFDA-RJ) participou da 12ª edição do Seminário sobre Segurança Alimentar e Nutricional e o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA), realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), em parceria com o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) e a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), nos dias 21 e 22 de junho, na capital fluminense.
Segundo o coordenador do encontro e consultor técnico do MDS, José Carlos Martinez, o objetivo do seminário foi alcançado com a formação de uma rede de  gestores e técnicos de órgãos públicos, nutricionistas, educadores e pequenos produtores rurais, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, comprometidos com a promoção da segurança alimentar e empenhados em divulgar os benefícios do PAA em seus estados.
A inclusão social e econômica do agricultor familiar através de sua inserção no mercado das compras institucionais foi um dos pontos mais debatidos e considerado fundamental pelos participantes do evento, principalmente para a garantia do fornecimento da merenda escolar nas redes públicas de ensino e o consumo de alimentos saudáveis pelos estudantes.
“A agricultura familiar responde por 70% dos alimentos consumidos diariamente pelas famílias brasileiras. Então não há como se discutir segurança alimentar e nutricional sem considerarmos a qualificação da produção agrícola familiar, a inclusão do pequeno produtor nos mercados institucionais e a geração de renda que aquece a economia das comunidades rurais”, avaliou Martinez.
Produção agroecológica e orgânica
Durante o evento – que contou com a exposição de alimentos produzidos por pequenos produtores filiados à União das Associações e Cooperativas de Pequenos Produtores Rurais do Rio de Janeiro (Unacoop) –,  a delegada da DFDA-RJ, Danielle Barros, defendeu o incentivo à adoção do modelo de produção agroecológica e orgânica, em substituição às técnicas de produção  convencionais.
Em sua opinião, a medida seria um modo de aliar a oferta de alimentos saudáveis à inclusão social e econômica dos trabalhadores rurais, por meio das compras governamentais de gêneros da agricultura familiar.
“Aqui no estado do Rio, nossos contratos para a prestação de assistência técnica já são focados na transição agroecológica, que é o primeiro passo para a produção orgânica. Vários empreendimentos familiares já abandonaram os agrotóxicos e hoje fornecem alimentos sadios para a alimentação dos estudantes. Isso contribui para a segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, oferece geração de renda e melhoria de vida para o agricultor familiar”, justificou a delegada.
Mais proximidade com o agricultor familiar
A aproximação entre os órgãos públicos compradores de alimentos e os pequenos produtores rurais foi lembrada como estratégia para que o governo federal, os estados e os municípios conheçam a produção disponível em suas regiões e possam oferecer ao agricultor políticas públicas garantam a ele maior eficiência e produtividade para atender às chamadas públicas.
“Isso já é feito em nosso município. Temos ido ao campo para identificar as necessidades desses trabalhadores e despertá-los sobre os benefícios da compra institucional. Incentivamos a formalização dos seus empreendimentos e identificamos os gêneros produzidos e a logística de escoamento dos mesmos”, afirmou, durante o evento, a diretora de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação de Duque de Caxias, Ana Lucia de Almeida.
A diretora adiantou que, com base nesse diagnóstico da agricultura familiar local, Duque de Caxias irá lançar, até o final do próximo mês de julho, uma chamada pública do Programa Nacional Alimentação Escolar (Pnae) de para a compra de alimentos da merenda escolar diretamente dos agricultores familiares locais.
“Essa aproximação (com o agricultor familiar) possibilitou a construção de uma chamada pública do Pnae mais adequada e atraente à realidade do pequeno produtor. O edital irá contemplar a necessidade da merenda escolar nas 178 escolas da nossa rede em termos de quantidade, qualidade e valor nutricional e também a capacidade do agricultor familiar de Caxias de suprir essa demanda”, completou.
Refeitório como espaço para educar
Os participantes do seminário alertaram para a necessidade dos gestores públicos responsáveis pela aquisição dos gêneros da agricultura familiar assumirem um papel mais ativo no desenvolvimento de ações para a educação alimentar e nutricional dos beneficiários das políticas públicas.
Lotado na Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Espírito Santo (DFDA-ES), o engenheiro agrônomo Max Ribas ressaltou que a educação alimentar e nutricional é um aspecto que deve ser considerado pelo administrador público, durante o processo de compra dos alimentos.
“Garantir a oferta da comida, a segurança alimentar é o primeiro passo fundamental. Mas, usando a alimentação escolar como exemplo, é preciso que esse gestor também encare o refeitório como um ambiente de aprendizado. Um local onde o estudante possa aprender a se alimentar de forma saudável, de modo a evitar problemas graves no futuro, como obesidade infantil e doenças ligadas ao consumo excessivo de açúcar e sódio, dentre outros males decorrentes da má alimentação”, opinou o engenheiro agrônomo.
Fonte: MDA