
Estudo revela que o Brasil permite o uso de altos índices de agrotóxicos
28/12/2017
O estudo “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, realizado pela pesquisadora e professora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo (USP) revelou que a população brasileira consome altos índices de agrotóxico, entre eles, um dos mais perigosos, o glifosato.
O estudo mostra ainda que, o Estado do Mato Grosso desponta como o campeão na compra de herbicidas e que entre 2000 e 2014, o manuseio dos produtos no Brasil saltou de cerca de 170 mil toneladas para 500 mil, um aumento de 194% em 15 anos.
Um dos dados que chamam a atenção é a contaminação da água. Conforme o estudo, a União Europeia limita a quantidade máxima que pode ser encontrada do herbicida glifosato no liquido potável em 0,1 miligramas por litro. Já, o Brasil permite até 5 mil vezes mais.
Um outro estudo foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso Sul, no qual ficou comprovada a contaminação de leite materno com agrotóxicos (alguns ficam na gordura do corpo). Os dados revelaram que, de todas as mulheres pesquisadas, uma amostra importante de mães que estavam amamentando no município de Lucas do Rio Verde (330 quilômetros, ao norte de Cuiabá), tinha agrotóxicos no leite.
O detalhe é que nenhuma delas trabalhava na área rural diretamente na agricultura. Apenas uma delas trabalhava na sede de uma fazenda, mas como empregada doméstica.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), um parecer em que pede o fim de incentivos fiscais a produtos considerados agrotóxicos.
A Anvisa informou que “realiza a avaliação toxicológica dos agrotóxicos, antes de os mesmos serem registrados pelo Ministério da Agricultura” e que há uma série de restrições para registros de agrotóxicos no país.
Fonte: Arquidiocese de Vitória – 26 de dezembro de 2017.