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Alimento saudável do campo para o prato

Alimento saudável do campo para o prato

04/08/2016

Programa realizado em conjunto pelo ministério público de Santa Catarina, secretaria da agricultura, associação catarinense dos supermercados e outras 25 entidades quer garantir produção com menos agrotóxicos no estado
Quando se trata de agricultura, Santa Catarina tem se preocupado mais com o que produz e como produz. Prova disso é a força-tarefa encabeçada pelo ministério público do estado (MP-SC), secretaria da agricultura e associação catarinense de supermercados (Acats), criada há um mês. A iniciativa reúne 28 entidades que trabalham juntas para incentivar a rastreabilidade – identificação da origem – de frutas e legumes. Tudo por um objetivo maior: o uso adequado de agrotóxicos. É uma evolução do programa alimento sem risco, criado há cinco anos pelo MP.
A ideia é garantir ao consumidor o direito à informação e proteger a saúde dele e de produtores. Com a rastreabilidade, os órgãos públicos são capazes de identificar onde está o problema e tomar as providências necessárias.
– O MP começou a fazer exigências aos supermercados que, por sua vez, passaram a exigir alterações de seus fornecedores, gerando um ciclo virtuoso – explica o promotor João Alexandre acosta, coordenador da central de apoio ao consumidor do MP-SC.
Um dos envolvidos na iniciativa é a federação dos trabalhadores para agricultura de SC, que na próxima semana começa a realizar seminários junto a produtores rurais para falar sobre o tema.
De acordo com acosta, a orientação é muito importante por haver certa resistência do agricultor em mudar a metodologia de trabalho em um primeiro momento.
– Muitas vezes eles nem sabem como utilizar o agrotóxico da forma correta, foi daquele jeito que aprenderam e acham que vão perder dinheiro se fizerem diferente. Mas quando recebem apoio técnico e mudam a forma de produzir, percebem o quanto é melhor até em termos financeiros – diz acosta.
O sonho de aumentar a produtividade
A GTS do brasil surgiu de um sonho: aumentar a produtividade no campo. De acordo com Assis Strasser, diretor-presidente da empresa, o campo sofria com a alteração nos espaçamentos das plantadeiras entre as culturas de verão e inverno.
– Queríamos eliminar esse processo. Para isso, tínhamos que desenvolver soluções para facilitar nosso dia a dia. A primeira delas foi uma plataforma para colheita de milho em espaçamento reduzido, unificando assim o espaçamento entre as culturas – diz.
O primeiro protótipo foi construído em 2000, ano que marcou o início como indústria. Algum tempo depois, a GTS alugou um galpão na cidade de campo belo do sul. Então, surgiram novas soluções, ampliação do mix de produtos e da rede de revendedores.
Atualmente, a GTS do brasil possui duas unidades em funcionamento e mais alguns postos auxiliares em estruturas alugadas pela cidade. São cerca de 250 colaboradores e 700 empregos indiretos. Agora, a empresa está em fase final de construção de uma nova unidade, que vai ampliar o parque fabril para 15.690 metros quadrados.
Segundo Strasser, a empresa tem produtos em várias linhas do agronegócio. Em especial, sistematização e manejo de solo, transporte de grãos e fertilizantes, colheita de milho e outros cereais e armazenagem.
– Lançamos neste ano algumas novidades em outras áreas como pulverização. Mesmo com este aumento na linha, nossa especialidade ainda é a colheita, tanto de milho quanto soja, feijão e outros cereais – afirma o presidente.
De um modo geral, a dificuldade para o crescimento está no grande número de players no mercado, alguns pouco preocupados com a qualidade de seus equipamentos que acabam gerando uma guerra de preços, além disso, as grandes indústrias multinacionais com seus concessionários acabam dificultando a participação das fábricas de implementos, em muitos casos, trazendo similares importados.
Investir para crescer
Administrada pelas famílias Dresch e Rofner, a Tirol, de treze tílias, consolidou-se como uma das maiores empresas de santa catarina. Há 41 anos, a companhia cria produtos lácteos que chegam a consumidores de todo o país.
Em 2015, a empresa atuou de maneira cautelosa, acompanhando as movimentações de mercado. Ainda assim, manteve os investimentos e cresceu mesmo em um ano adverso.
– Em 2016, demos andamento à construção de duas novas unidades, uma em Ipiranga e outra em pinhalzinho, além da implementação de novos centros de distribuição, facilitando a entrega em todo o país – diz André Rofner, diretor de logística e suprimentos da companhia.
Além da sede em treze tílias, a tirol tem uma filial em Chapecó e unidades terceirizadas no paraná e em goiás. São mais de 1,4 mil colaboradores diretos e 9 mil produtores de leite em Santa Catarina, paraná e goiás. Entre os 200 produtos da empresa, está a linha zero lactose, que conta com queijo fatiado, leite condensado, achocolatado e doce de leite. Com isso, a empresa aposta na tendência de atenção dos consumidores para o bem-estar e a saúde.
– A preocupação da tirol está em olhar para o mercado, entender as novas necessidades de consumo e traduzi-las em opções para o consumidor. Dentro desse segmento de mercado, crescente em todo o mundo, identifica-se um consumidor informado, preocupado com a saúde, mas que não abre mão do sabor – acrescenta rofner.
Foco na qualidade
fundada em 1994 em videira, a Master completa 22 anos e conta com 800 funcionários, perto de 300 parceiros produtores rurais e um rebanho superior a 400 mil animais no campo. Tem capacidade de produzir mais de 840 mil animais por ano, das quais 25% são processados e comercializados com a marca sulita. Segundo Mário Faccin, diretor-superintendente da empresa, o restante é vendido para outras agroindústrias.
Presuntos, mortadelas, salames, bacons, linguiças curadas e frescais e toda linha de cortes in natura e temperados de carne suína fazem parte da linha sulita. São mais de 150 itens, disponíveis em Santa Catarina, paraná, São Paulo, rio de janeiro, espírito santo e minas gerais.
Um dos grandes desafios do ano é a gestão da crise do milho. Com altos preços, toda a agroindústria catarinense precisou administrar a redução de margens. De acordo com Faccin, para a Master, a solução foi fazer uma reprogramação de pesos dos animais e de busca por melhor performance na operação industrial.
– Na medida do possível, trabalhamos com estoques menos volumosos e também com alguns substitutos do milho que a ciência nos permite usar e que estejam disponíveis no mercado – afirma.
Em 20 anos, Faccin projeta que a Master estará mais robusta, verticalizada, diversificada e mais bem inserida no mercado mundial.
Crescimento cooperado
Há quem diga que nem mesmo a grave crise econômica que paralisou várias áreas da economia brasileira foi capaz de brecar o avanço do agronegócio. Essa máxima se aplica à copercampos. A cooperativa, com sede em campos novos, cresceu 30% no ano passado e se prepara para encerrar 2016 com faturamento acima de r$ 1,2 bilhão.
– O celeiro do mundo estava vazio e nós ajudamos a preenchê-lo vendendo os nossos grãos – afirma Edmilson José Enderl, gerente técnico e de insumos da copercampos.
Em 2015, os estados unidos sofreram perdas nas safras de soja e milho, o que favoreceu o desempenho da cooperativa. Neste ano, os estoques se normalizaram, mas ainda assim, a companhia espera crescer 3,5%.
A copercampos foi fundada em 1970 por 100 agropecuaristas. O objetivo era construir um armazém para a produção de trigo e um frigorífico para abate de gado de corte. Hoje, com mais de 45 anos de história, a copercampos destaca-se como a segunda maior cooperativa agropecuária de Santa Catarina. São mais de 50 unidades distribuídas nos estados de SC e Rio Grande do Sul, conta com 1.432 associados e 1.225 funcionários.
Segundo Enderl, uma das vantagens da cooperativa é a participação de todos na gestão do negócio. Hoje, as funções de presidente e vice-presidente são eleitas e, mesmo entre os executivos, há quem atue como produtor rural. Além disso, na gestão social, a cooperativa colabora para a qualidade de vida das comunidades em que está inserida.
Fonte: Diário catarinense – SC