NOTÍCIAS

Pesquisa Nacional de Saúde 2019 aponta aumento no consumo de ultraprocessados

Pesquisa Nacional de Saúde 2019 aponta aumento no consumo de ultraprocessados

18/11/2020

Novos conceitos do Guia Alimentar para a População Brasileira foram aplicados na pesquisa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (18) os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), trabalho realizado em parceria com o Ministério da Saúde com 108 mil domicílios consultados. Pela primeira vez, seguindo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, a PNS investigou o consumo de alimentos ultraprocessados, além dos marcadores da alimentação saudável e não saudável já monitorados.

De acordo com o IBGE, a proporção de consumidores de cinco ou mais grupos de alimentos processados foi de 14,3%. Os moradores em áreas rurais registraram percentual menor (7,4%) em comparação com os residentes das áreas urbanas (15,4%).

A nutricionista Rita Ferreira Frumento, presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) reforça que o aumento do consumo de ultraprocessados é acompanhado pelos nutricionistas com preocupação. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou sobre os riscos da obesidade em adultos e, especialmente, em crianças. O consumo excessivo de ultraprocessados contribui para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo, diabetes e hipertensão, sem esquecer o risco de outras doenças. Por isso, defendemos a importância do Guia Alimentar para a População Brasileira, como material orientativo para todos os brasileiros”.

O percentual de indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram consumo recomendado de frutas e hortaliças foi de 13%, variando de 9% na Região Nordeste a 16% no Sudeste. Houve aumento no consumo desses itens, de acordo com a idade e o grau de escolaridade. Em 2019, 46,6% da população brasileira consumia peixe pelo menos uma vez por semana. A Região Norte registrou maior hábito de consumo de peixe (74,1%), seguido pelo Nordeste (56,3%).

O consumo de sal também merece destaque. Para 12,7% das pessoas, o uso do sal era considerado alto ou muito alto. Na área rural, foi verificado menor consumo (9%) na comparação com a área urbana (13%). Os homens (14,5%) consideraram consumo alto ou muito alto, sendo menor registrado entre as mulheres (11,2%). A pesquisa revelou que 52% da população com 18 anos ou mais de idade havia recebido algum diagnóstico de pelo menos uma das doenças crônicas. Aproximadamente 23,9% da população nessa faixa etária, o equivalente a 38,1 milhões de pessoas, foram diagnosticadas com hipertensão arterial. Na PNS 2013, o índice era de 21,4%.

Diabetes

A PNS 2019 verificou que 12,3 milhões de pessoas (7,7% da população de 18 anos ou mais de idade) foram diagnosticadas com diabetes. Em 2013, a prevalência era de 6,2%. O estudo demonstra a importância das Unidades Básicas de Saúde como o principal local para o recebimento do diagnóstico da doença, impactando 49,6% das pessoas, seguido por consultórios particulares e clínicas privadas (30%).

Depressão

Para além das doenças crônicas não transmissíveis, a depressão também preocupa. Segundo a PNS 2019, 16,3 milhões de pessoas foram diagnosticadas com depressão, equivalente a 10,2% da população com 18 anos ou mais de idade. Entre os diagnosticados, 48% usaram medicamentos para a doença nas duas semanas anteriores à pesquisa e 18,8% faziam psicoterapia. As mulheres são mais impactadas pela doença, 14,7% contra 5,1% dos homens. A faixa etária com maior prevalência foi de 60 a 64 anos de idade (13,2%) e a menor de 18 a 29 anos de idade (5,9%).

 

Texto: Rodrigo Rueda, com informações do IBGE.