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Máscaras mal utilizadas podem elevar em até 1.141% o risco de contágio nas escolas

Máscaras mal utilizadas podem elevar em até 1.141% o risco de contágio nas escolas

30/07/2021

Estudo relaciona uso correto de máscaras ao retorno seguro às aulas presenciais.

O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), divulgou o resultado atualizado de um estudo que simula novos protocolos de segurança para o retorno seguro às aulas presenciais.

Criado por pesquisadores de diversas universidades brasileiras, o grupo de trabalho ModCovid-19 sistematizou ações e pesquisas utilizando modelos matemáticos para simular fenômenos, comportamentos e cenários relacionados à pandemia. Levando em consideração o recente pronunciamento do ministro da Educação, Milton Ribeiro, o estudo do CeMEAI aborda novos protocolos especialmente para o uso correto de máscaras e quais modelos são mais eficientes.

O estudo apresenta um dado alarmante quando o retorno às aulas ocorre com máscaras mal utilizadas: o risco de contágio aumenta em até 1.141%. Já no cenário com máscaras bem utilizadas, cai para 757%. O número está distante do cenário simulado classificado como ideal. Com monitoramento de casos suspeitos e máscaras do tipo PFF2 bem utilizadas por professores e alunos, o risco de contrair o vírus cai para 20%.

Máscara consideradas mal utilizadas, de acordo com o estudo, são aquelas de tecido de baixa qualidade ou mal colocadas dentro das escolas. No cenário das bem utilizadas, parte de máscaras de tecido de boa qualidade, máscaras cirúrgicas ou as PFF2, de extrema importância pelo menos para os professores e totalmente recomendada para professores e alunos.

O estudo foi realizado pelos pesquisadores Tiago Pereira e Edmilson Roque (USP), Claudio Struchiner (Fundação Getúlio Vargas-FGV e Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ), Guilherme T. Goedert (Universidade de Roma II, RWTH Aachen University e CyI), Krerley Oliveira e Sérgio Lira (Universidade Federal de Alagoas-UFAL), Lucas Resende (Instituto de Matemática Pura e Aplicada-IMPA), Ismael Ledoino (Laboratório Nacional de Computação Científica-LNCC) e Juliano Genari.

TURMAS ALTERNADAS

Na avaliação do cenários de turmas alternadas, os pesquisadores consideraram que todas as salas de aulas são divididas em dois grupos de alunos que frequentam o ambiente escolar em dias alternados. Nesse caso, o protocolo de monitoramento epidemiológico consiste em algumas medidas como: existindo caso confirmado em uma sala de aula, essa é suspensa por 14 dias; sintomáticos são testados e suspensos por 14 dias de acordo com o resultado do teste.

Para os casos confirmados de familiares de integrantes da comunidade escolar, o envolvido é suspenso por 14 dias e testado. Caso o teste apresente resultado positivo, a sala é suspensa. Professores que tiveram contato com uma sala com caso confirmado na última semana, são testados e suspensos por 14 dias caso o teste seja positivo. Se o quadro for de dois casos em salas distintas na última semana, a escola é fechada por uma semana.

Com informações do CeMEAI.