Em 5 de setembro de 1908, há exatos cem anos, nasceu Josué de Castro, um pernambucano que levantou a discussão da fome e da segurança alimentar, ficou conhecido internacionalmente e se tornou uma das maiores referência para os nutricionistas brasileiros. Hoje a data é lembrada em diversas iniciativas pelo Brasil. Uma delas é a 6ª Plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), realizada em Recife.
Publicado no jornal Valor Econômico de hoje, um artigo do presidente do Consea, Renato Maluf, destaca que "Josué foi o principal responsável pela introdução da Nutrição em cursos universitários, órgãos de governo e mesmo como categoria profissional".
Sua obra mais conhecida, Geografia da Fome, publicada em 1946, foi traduzida em 25 idiomas. Josué foi presidente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)  entre 1952 e 1956 e embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas. Ele foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel da Paz e morreu em 1973, em exílio na França, depois de ter seus direitos políticos cassados pelo governo militar.
A nutricionista Rosana Magalhães, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, lembra a atualidade de sua obra. "A fome continua tema prioritário e exigência política no Brasil, que ainda não conseguiu erradicar a indigência", explica. Um manifesto dos estudantes de nutrição da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) ressalta a importância de se resgatar o pensamento de Josué. "É um imperativo para o país relembrar os feitos deste brasileiro que enriquece a memória nacional e que foi capaz de estabelecer uma referência positiva na inteligência brasileira pelo seu trabalho e competência".