Pesquisa mostra situação de saúde da mulher e da criança
03/07/2008
A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, divulgada nesta quinta-feira (3) pelo Ministério da Saúde, aponta que em dez anos ocorreram diversas mudanças na saúde de mulheres e crianças. Entre meninos e meninas com menos de cinco anos, houve redução em mais de 50% da desnutrição de 1996 a 2006. Nessa faixa etária, o déficit de peso versus altura caiu de 2,3% para 2%, e o de peso versus idade, de 5,7% para 1,7%. O déficit de altura versus idade teve redução de 13% para 7% entre 1996 e 2006. A situação contribuiu uma diminuição de 44% na mortalidade infantil.
Por outro lado, a pesquisa revelou que há excesso de pes em 6,6% das crianças com menos de cinco anos. A região Norte apresentou o menor índice, de 5,2%, e a Sul, o maior, de 8,8% das crianças. As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste apresentaram índices de 6,7%, 7% e 6%, respectivamente.
Segundo dados da pesquisa o aleitamento materno melhorou. O aleitamento nas primeiras 24 horas após o parto alcançou praticamente a totalidade de crianças em 2006 (99,5%), contra os 70,8% apurados dez anos antes. A média, em meses, de duração da amamentação associada a outros alimentos, para crianças com até três anos de idade, aumentou de 7 meses em 1996 para 9,3 meses em 2006. A duração da alimentação exclusiva com leite materno subiu de 1 mês para 2,2 meses.
Mulheres – Em dez anos, o excesso de peso e a obesidade cresceram entre as mulheres brasileiras. Em 1996, 34,2% delas tinham excesso de peso. Dez anos depois, esse percentual foi elevado para 43%. No caso da obesidade, o crescimento foi maior: 64% em dez anos. Mulheres obesas representavam 9,7% da população em idade fértil, em 1996. Em 2006, esse percentual aumentou para 16%. A pesquisa revela também que 52,3% das mulheres estão com 80 cm ou mais de circunferência da cintura, o que está associado a riscos de doenças crônicas.
A coordenadora de Alimentação e Nutrição enfatiza que o aumento do excesso de peso e da obesidade é preocupante. ?São resultados que mostram a necessidade urgente de uma alimentação saudável associada à atividade física para reverter este quadro?, defende.
Segurança alimentar ? A pesquisa realizou também um estudo específico sobre a segurança alimentar no Brasil. Do total de mulheres entrevistadas, 62,5% consideraram ter acesso à alimentação em quantidade e qualidade suficientes. O maior percentual foi registrado na região Sul (75%) e o menor, no Nordeste (45,4%).
O estudo foi realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), sob orientação do IBOPE e envolveu 15 mil mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) e 5 mil crianças com até 5 anos. Mais informações sobre o tema podem ser acessadas no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).