Brasileiro contra a fome
27/06/2011
Graziano vai comandar órgão da ONU que cuida da ALIMENTAÇÃO no planeta
O ex-ministro de SEGURANÇA ALIMENTAR e Combate à Fome José Graziano da Silva durante o governo Lula foi eleito, em Roma, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a ALIMENTAÇÃO (FAO) por 92 votos, contra 88 obtidos por seu principal adversário, o ex-chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, na segunda rodada de votação. Inicialmente também concorriam o austríaco Franz Fischler, o indonésio Indroyono Soesilo, o iraniano Mohammad Saeid Noori Naeini e o iraquiano Abdul Latif Rashid.
Graziano, que sucederá no cargo o senegalês Jacques Diouf, tomará posse em 1º de janeiro de 2012 para um mandato até julho de de 2015. O agrônomo brasileiro, de 61 anos, que atuava desde 2006 como representante da agência na América Latina e no Caribe, contou com o apoio do governo brasileiro. A eleição ocorreu durante a 37ª Conferência da FAO.
Indicado para o cargo pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado, Graziano vai substituir Diouf, que permaneceu por 17 anos à frente da agência e deixará a direção do órgão num momento em que a alta nos preços de ALIMENTOS tornou-se uma preocupação global, discutida nos principais foros internacionais.
Criada em 16 de outubro de 1945, a FAO concentra os esforços dos 191 países-membros pela erradicação da fome e da insegurança alimentar. Na agência, que funciona em Roma como um fórum neutro, os países desenvolvidos e em desenvolvimento se reúnem para negociar acordos, debater políticas e impulsionar iniciativas estratégicas. O orçamento enxuto, se comparado ao de outras instâncias da ONU, é considerado um dos entraves à atuação mais abrangente do órgão. Para o biênio 2010/2011, a FAO conta com US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) , com mais US$ 1,2 bilhão (R$ 1,9 bilhão) advindos de doações voluntárias.
LUTA POR CONSENSO
Outro problema com o qual Graziano deverá lidar são as divergências entre os países quanto à produção de biocombustíveis (apontados por algumas nações como os principais causadores da inflação nos ALIMENTOS). O novo diretor-geral da FAO insistiu sobre "a necessidade de alcançar consensos e acordos para evitar problemas internos que impediram à FAO a avançar mais rápido na luta contra a fome".
Formado em Agronomia e com pós-doutorado em Estudos Latino-Americanos pela Universidade da Califórnia, o ex-ministro há três décadas e meia dedica-se ao estudo de questões relacionadas ao desenvolvimento rural e à luta contra a fome. Para a erradicação da fome e da pobreza no mundo, defende parcerias por meio de programas bem-sucedidos no mundo, que serão usados como meios para atenuar tensões e conflitos. Segundo ele, os confrontos podem ser resolvidos por meio da geração de oportunidades.
Autor: JORNAL DE BRASILIA – DF