Política de segurança alimentar é arma contra alta de alimento
25/04/2008
A 30ª Conferência Regional da FAO para a América Latina e Caribe concluiu seus trabalhos no dia 18 de abril, em Brasília. Depois de uma semana de discussão, a conferência foi encerrada reforçando a importância da política de segurança alimentar na produção, comércio, distribuição e acesso de alimentos. Segundo o representante da FAO, José Graziano, essa seria a arma para combater o problema da inflação dos alimentos.
Alguns países latino-americanos já possuem a Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), como o Brasil, a Argentina e a Guatemala. Outros atuam em políticas de combate à fome, caso da Bolívia. ?Estamos aprendendo a importância de políticas alimentares, que permitam intervir no momento de crise?, explica Graziano.
No evento, foram discutidas algumas razões para a alta de alimentos, que deve chegar a 56% neste ano, segundo a FAO. Entre os fatores do aumento, estão o crescimento da demanda dos países em desenvolvimento, o uso das safras para a produção de biocombustíveis e a especulação do mercado de commodities. A principal preocupação é que a inflação possa agravar quadros de fome e subnutrição em países pobres da América Latina e Caribe.
Entre os assuntos considerados relevantes pelo documento final elaborado por delegados de 33 países, está o desenvolvimento de sistemas de compras que privilegiem produtos locais para atender programas de segurança alimentar. A conferência recomendou, também, a criação de mecanismos para a cooperação triangular entre os países em assuntos de segurança alimentar, em busca de sinergia.
Em todos os dias da Conferência, o Conselho Federal de Nutricionistas acompanhou as discussões, que trataram também sobre os biocombustíveis, reforma agrária, rastreabilidade de alimentos e erradicação da fome. A próxima edição do evento deve ocorrer em 2010, no Panamá e deve incluir também o tema da agroecologia e da produção orgânica.