Participação de nutricionistas em políticas públicas é ampliada
04/07/2011
O nutricionista Antônio Leopoldo coordena, no MDS, a implantação de equipamentos públicos de alimentação e nutrição, contemplando os restaurantes populares as cozinhas comunitárias e os bancos de alimentos. Na sua área, o trabalho vai desde a formulação do programa, até as orientações para gestão no funcionamento dessas unidades. Ainda é responsável pelo planejamento de projetos de implantação física – a funcionalidade da estrutura -dos cardápios e das atividades de alimentação nutricional que devem acontecer nesses espaços. Confira, a seguir, mais informações sobre este trabalho.
CFN – O que mudou nessa política no atual governo?
Antônio Leopoldo – Em relação a gestão anterior, a novidade é que o estamos trabalhando na ampliação e qualificação das ações e serviços, especialmente na perspectiva de promovermos o atendimento prioritário à população de pobreza e extrema pobreza. O foco é a implantação dos equipamentos de forma a alcançar a população que está vunerável, principalmente, nas regiões norte e nordeste
CFN- E como é a atuação do nutricionista nessa política?
Antônio Leopoldo – O nutricionista tem um papel fundamental, desde a formulação de critérios e diretrizes para implementação o planejamento de equipamentos públicos de alimentação e nutrição até a gestão dos serviços e acompanhamento nutricional dos beneficiários. Atuando como como gestor de segurança alimentar nutricional, tem como responsabilidade interveções que contribuam positivamente no sistema local de segurança alimentar nutricional, incentivando a compra local de alimentos pela agricultura familiar e apoiando programas de qualidade de alimentos e de promoção da alimentação saudável. Outra questão importante, refere-se ao aperfeiçoamento dos cadárpio oferecidos, de forma a favorece a redução dos quantidades de sódios e gorduras e valorizar os alimentos e hábitos regionais
CFN- Nessa política pública a alimentação saudável é apresentada como medida para combater a obesidade?
Antônio Leopoldo – A política pública de Segurança Alimentar e Nutricional tem como objetivo atuar nos eixo de produção, abastecimento, comercialização e consumo de alimentos, buscando promover o direito humano a alimentação adequada e a soberania alimentar, desta forma, as intervenções tem impacto em diversos campos da nutrição, tanto em questões relacionadas a fome, desnutrição e distúrbios alimentares, como aos aspectos relacionados a produção, a qualidade e ao acesso de alimentos. No que se refere a questão específica da obesidade, a coordenação geral de educação alimentar e nutricional do Ministério tem como um dos seus focos implementar um plano intersetorial de redução e controle da obesidade, articulando órgãos e entidades afetas ao tema, em especial o Ministério da Saúde e da Educação, com vistas a organizar uma estratégia ampliada e conjunta para o enfrentamento da obesidade no Brasil, nos diferentes espaços e junto aos diverso públicos.
CFN – E nos bancos de alimentos, como é a atuação do nutricionista?
Antônio Leopoldo – O nutricionista é o profissional indicado para coordenar as atividades desenvolvidas no âmbito do Programa, além de exercer a responsabilidade técnica na operação dos serviços, considerando que o Banco de Alimentos trabalho no combate ao desperdício de alimentos fazendo a captação junto a doadores, principalmente, as centrais de abastecimento e a rede de produtores e fornecedores de alimentos, faz e processamento desses alimentos para direcionamento as entidades da rede de proteção e promoção social que servem refeições, e realiza atividades de educação alimentar e nutricional junto as pessoas beneficiadas.
CFN – Como o senhor vê, hoje, a inclusão do nutricionista em políticas públicas?
Antônio Leopoldo – de modo geral a ênfase em políticas de SAN ampliou o campos de atuação dos nutricionistas em políticas públicas de alimentação e nutrição, mas podemos considerar que ainda é um número muito restrito; é preciso que esse profissional se prepare e se qualifique para atuar nessa área porque é um setor que necessita desse profissional. Infelizmente, a própria formação ainda não tem permitido uma qualificação do nutricionista para que ele possa atuar em toda amplitude da política pública de alimentação e nutrição e de segurança alimentar nutricional. Aqui no MDS era apenas um nutricionista em 2003 e hoje somos dez aqui na SESAN, sem contar os que atuam na Assintência Social e no Bolsa família. Também temos uma boa interlocução com os nutricionistas do Ministério da Saúde da Educação e outros órgão públicos;. Mas percebo que ainda precisamos ampliar nosso entendimento quanto asdimensões e as oportunidades que essa política pública tem aberto para nossa atuação.
CFN – Qual a perspectiva da sua área para este ano?
Antônio Leopoldo – A política é continuada. Ao todo temos 142 restaurantes comunitários em todo o Brasil, e desses, 89 estão em funcionamento. Este ano a proposta é melhorar os serviços, elaborar novos cardápios, com menos teor de sódio, com maior oferta de frutas e hortaliças; desenvolver atividades de educação alimentar e nutricional e garantir boas práticas de fabricação dentro dos parâmetros mínimos do funcionamento dos serviços desse tipo. Temos diminuído o ritmo de implantação de novas unidades, pois praticamente o universo definido como prioritário, que são as cidades com mais de cem mil habitantes, já foram beneficiadas. Agora queremos investirs na qualificação, buscando colocar os Equipamentos de alimentação e nutrição para colocá-los no patamar de excelência na oferta de alimentação coletiva população brasileira..