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Dossiê sobre impactos dos agrotóxicos no Brasil será lançado em abril

12/03/2012

O Grupo de Trabalho de Saúde e Meio Ambiente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco) irá coordenar um dossiê sobre as evidências científicas existentes sobre os impactos do uso de agrotóxicos na saúde humana e nos ecossistemas. Expectativa é lançar o documento em abril deste ano, no Congresso Mundial de Nutrição e na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, a Rio+20, ambos no Rio de Janeiro.
Segundo a Abrasco, o objetivo é sensibilizar, por meio de provas, as autoridades públicas nacionais e internacionais sobre os impactos negativos dos agrotóxicos no planeta.
Ocupando o primeiro lugar no consumo de agrotóxicos em todo o mundo, no Brasil os impactos não são poucos e, segundo a associação, atingem diferentes grupos populacionais como trabalhadores em diversos ramos de atividades, moradores do entorno de fábricas e fazendas, além dos consumidores dos alimentos contaminados. Tais impactos, diz a Abrasco, são resultados do atual modelo de desenvolvimento, voltado prioritariamente para a produção de bens primários para exportação.
Atenta aos danos e, sobretudo, à reivindicação popular que cresce a cada dia para o banimento do uso de agrotóxico no País, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu consulta pública propondo banir o veneno parationa metílica e o forato no mercado brasileiro. Assim como inúmeros venenos agrícolas, os dois agrotóxicos são proibidos na Comunidade Européia e utilizados com restrições nos Estados Unidos.
Segundo a Anvisa, o parationa metílica, utilizado no controle de pragas em plantações de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo, segundo estudos científicos, gera problemas no sistema endócrino, transtornos psiquiátricos e afeta o desenvolvimento do embrião e do feto na gravidez.