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Entidades emitem nota pela defesa e valorização do Guia Alimentar para a População Brasileira

Entidades emitem nota pela defesa e valorização do Guia Alimentar para a População Brasileira

18/09/2020

Publicação saiu no mesmo dia em que o IBGE divulgou a pesquisa que aponta o aumento da fome no Brasil. CFN encaminhou o documento para os ministérios da Saúde e Agricultura.  

No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da pesquisa que aponta o aumento da fome no Brasil, em que quatro em cada 10 famílias vivem em insegurança alimentar, o Sistema CFN/CRN, a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran); a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN) e a Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição (ENEN) publicaram uma nota pela defesa e valorização do Guia Alimentar para a População Brasileira.  O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) enviou o documento nesta sexta-feira (18) para os ministérios da Saúde e Agricultura. 

O Guia, atualizado em 2014, é um marco na história do país na luta contra a fome e obesidade no Brasil. A publicação do Ministério da Saúde apresenta orientações para que o brasileiro tenha a compreensão e a capacidade de decidir sobre o que comer. Inclusive, a regra de ouro apresentada no Guia orienta que as pessoas prefiram sempre os alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias no lugar dos ultraprocessados. 

O Sistema CFN/CRN atuou fortemente na construção do material e, agora, chama a atenção dos nutricionistas, técnicos em Nutrição e Dietética e as outras categorias profissionais da saúde para ratificar a importância da publicação na promoção da alimentação adequada e saudável da população.  

Na avaliação da nutricionista Rita Frumento, presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), o Guia Alimentar para a População Brasileira é uma conquista. “O Guia foi o resultado de muito estudo, de muito esforço de profissionais e pesquisadores que se debruçaram na construção de um documento completo, que espelha a diversidade do Brasil e inspira outros países. Por isso, precisamos valorizá-lo para que o Brasil continue como referência na luta contra a fome, desnutrição e combate a obesidade”.

Pautado por evidências científicas que apontam o impacto da alimentação saudável na prevenção das mortes prematuras causadas por doenças cardíacas e câncer, o guia apresenta orientações adequadas para prevenção de outras doenças crônicas não-transmissíveis. 

*POF*

A  Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (POF), realizada de junho de 2017 até julho de 2018, entrevistou brasileiros em quase 58 mil domicílios por todo o país. Os dados indicam que uma parcela da população precisa limitar o tipo ou a porção dos alimentos que vão à mesa, ou até passa fome.

A situação é mais crítica quando se considera os lares chefiados por mulheres e negros. Também é pior entre as crianças e adolescentes e, principalmente, nas áreas rurais e na região Norte do país, onde mais da metade das pessoas não têm segurança alimentar.

OBESIDADE

No Brasil, além da gravidade do aumento da fome e insegurança alimentar, também é possível acompanhar o avanço de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade. Dados da pesquisa Vigitel 2019, divulgados em abril deste ano, revelam que, desde o início do monitoramento, em 2006, o maior aumento é o da obesidade, que saltou de 11,8% para 20,3%. A escolaridade é um fator que contribui para diminuição da incidência do excesso de peso: 61% para pessoas com até oito anos de estudo e 52.2% para aqueles com 12 ou mais anos de estudo. A pesquisa também apontou que 7,4% dos brasileiros são diabéticos e 24,5% hipertensos. 

Diante desses números, seria interessante para o governo federal adotar uma postura de defesa do Guia Alimentar para a População Brasileira e, ao invés de promover um revisionismo histórico do material, promover o guia para quem de fato precisa ter acesso a tais informações: a população brasileira.

Com informações do IBGE e Folha