Mais de 80 conferencistas assistiram a atividade autogestionada realizada pelo órgão.

Muito ensinamento em uma boa roda de conversa. Assim foi a mesa redonda promovida pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) em parceria com o Coletivo de Nutricionistas no SUAS, da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN/MDS), da Frente Nacional em Defesa do SUAS e da Seguridade Social e do Instituto Fome Zero, na noite da última quarta-feira (13), no 6ª Congresso Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Brasília. Com o tema “Contribuições da agenda de Alimentação e Nutrição no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para superação da fome e da insegurança alimentar e nutricional”, a atividade autogestinada reuniu mais de 80 participantes, entre nutricionistas, gestores, assistentes sociais e agentes de saúde.

A mesa redonda teve o objetivo de promover a agenda de Alimentação e Nutrição no Sistema Único de Assistência Social e, assim, contribuir de maneira efetiva para a erradicação da fome e da insegurança alimentar e nutricional e a promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada no contexto socioassistencial.

Moderada pelo nutricionista, Alexsandro Wosniski, diretor do CFN, a mesa foi composta pelo presidente do Conselho, Élido Bonomo; pela nutricionista Elinia da Silva Mateus, do Coletivo de Nutricionistas no SUAS; pela representante da Frente Nacional em Defesa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Márcia Lopes; por Walter Belik, representante do Instituto Fome Zero; Bruna Pitasi Arguelhes, da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN/MDS); José Graziano, ex-diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO); Gustavo Chianca, representante da FAO no Brasil; Déborah Akerman, coordenadora-geral de Serviços e Programas de Proteção Social Básica às Famílias; e pelo representante do Instituto Fome Zero, Walter Belik.

Como um bate papo rico em informações, os debatedores exploraram os temas referentes ao combate à fome em variados cenários, com dados, números e o resgate de ações exitosas já realizadas anteriormente com as políticas públicas, mas que precisam de aprimoramento e adaptação ao contexto atual. Com isso, eles estimularam a participação dos expectadores para a construção coletiva de soluções e sugestões no âmbito dos temas abordados, especialmente em relação à SAN, enquanto direito humano e social previsto na Constituição Federal.

Em sua fala, o presidente do CFN salientou a importância de ir além dos debates, com ações e engajamento dos nutricionistas para a criação de políticas públicas de combate à fome no país. “Como nutricionista que sou, falo sempre que devemos provocar os Conselhos Regionais e toda a categoria para que tenhamos para além do compromisso de atender bem o indivíduo, olhando as suas especificidades, possamos também olhar a sociedade como um todo para contribuir, para formular, para monitorar e avaliar os impactos de políticas públicas para uma alimentação de qualidade para todos.”, explicou Élido.

A Conferência

A 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) acontece de 11 a 14 de dezembro, em Brasília. Com o tema: “Erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade”, o evento é organizado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), em parceria com a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) e outros componentes do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).

Esta é a primeira edição do evento após a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) – extinto em 2019 e reinstalado em 2023 – com mais de 2 mil participantes de todo o Brasil.
O objetivo do Congresso foi mobilizar toda a diversidade social e redes do setor para debater diferentes práticas, avaliar e propor políticas públicas e programas para a construção do terceiro Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), norteado por três eixos principais de discussão:

• Determinantes estruturais e macrodesafios para a soberania e segurança alimentar e nutricional;
• Sistema nacional de segurança alimentar e nutricional e políticas públicas garantidoras do direito humano à alimentação adequada;
• Democracia e participação social.

Foram recebidas pela comissão organizadora um total de 736 propostas oriundas das conferências de 26 estados e do Distrito Federal, de 21 Conferências Livres e 23 recomendações do Consea, resultando em 296 propostas sistematizadas.